FEST FOOD
Tenho meditado nos últimos dias e o trecho bíblico de Oséias capítulo quatro, verso seis que diz: “Porque meu povo se perde por falta de conhecimento; por ter rejeitado a instrução...”, volta e meia me aparece na memória. Não venho fazer uma explanação bíblica. Não quero falar do profeta Oséias, nem do contexto bíblico no qual se situa a frase acima, menos ainda fazer um discurso religioso ou doutrinário. Não venho atacar quem quer que seja, apenas trazer uma reflexão, pois tenho ligado esse texto das escrituras sagradas, ao nosso contexto atual, à realidade que temos vivido e ao que tenho notado em minhas observações da “raça humana” à minha volta.
Como o nosso povo tem se perdido por falta de conhecimento, por falta de informação, por desinteresse de conhecer a fundo o mundo que o cerca. Fico perplexa às vezes com tamanha displicência em relação ao saber. Não me refiro aqui somente ao saber acadêmico, científico... Não... Me refiro também, ao simples ato de se informar. Chamar a nossa atenção ao simples fato de ter base para argumentações, saber colocar opiniões, deixar de querer “fest food” toda hora em todas as áreas da vida.
Noto, o quanto nos tornamos acomodados, quanto ao conhecimento. Acomodados ao ponto de elegermos governantes sem sequer saber sua origem e histórico político. Acomodados ao ponto de propagar uma “informação” numa rede social, ou onde quer que seja, sem ao menos nos certificar se é verdade ou não. Acomodados ao ponto de tomarmos decisões pautadas simplesmente em boatos. Acomodados ao ponto de julgar sem antes nada saber a respeito do referido réu.
Não conhecemos, nem procuramos conhecer. “Comemos” tudo quanto nos é oferecido.Temos nos contentado com conteúdos medíocres que nos são ofertados na TV, na Internet, na escola, na faculdade, na igreja, no cinema e no teatro. Não filtramos mais nada. Retemos tudo que é ruim e quase nunca o que é bom. Somente nos assentamos, “abrimos a boca” e esperamos que a “comida” venha já no ponto de engolir. Queremos tudo processado, não queremos ter trabalho, refletir, pensar ou rever conceitos. Não questionamos mais nada, não criticamos, no verdadeiro sentido da palavra, mais nada. Simplesmente "engolimos".
Aonde vamos parar com tanta negligência? Com tanta preguiça de saber dos fatos, das razões que levaram a certas atitudes, dos contextos envolvidos no que ouvimos, lemos ou mesmo falamos? Até quando vamos propagar um Deus do qual nada conhecemos, carregar um livro em baixo do braço, lê-lo superficialmente e “ensinar” a outros tantas barbaridades infundadas, sem qualquer tipo de respaldo, tiradas simplesmente “de trás da orelha”?
Até quando aceitaremos ser guiados, liderados, governados por verdadeiros delinquentes, com perdão da palavra, e manipuladores da massa humana?
Penso que é hora de acordarmos, antes que pereçamos de vez, antes que seja tarde demais, antes que a luz no fim do túnel seja o trem que nos esmagará nos aniquilando de vez a existência.