“O BOLO DA MULHER VIRTUOSA
“O BOLO DA MULHER VIRTUOSA”
Ingredientes:
1 Kg de Paciência
250 gramas de Mansidão
1 dose de Prontidão...
6 xícaras de Disciplina
1 Prato bem cheio de Submissão
250 gramas de Calma
1 litro de Pontualidade
Adicione 9 gemas de Bondade
Junte todos os ingredientes e deixe descansar por 5 minutos de joelhos.
Antes de ir ao fogo unte a forma com bastante Óleo da unção.
Por último leve ao forno aquecido com o Poder da Oração.
Depois de frio recheie com o Mel da Preciosa Palavra de Deus confeite com o Pó da simplicidade. Essa não engorda! ”
Não sei de quem é a autoria desta receita. Fico a pensar se foi um homem quem escreveu.
O erro da receita está em colocar o ‘poder da oração” e o “mel da preciosa palavra de Deus” por últimos. Se este fosse o primeiro, com certeza, haveria uma interpretação um pouco diferente.
Meditar na palavra de Deus em primeiro lugar, estar de joelhos diante de Dele em oração é o início de tudo, para que a paciência, a mansidão, a prontidão, a pontualidade, a bondade, a simplicidade, a humildade consolidem-se como ações que engradecem qualquer ser humano. E seria tão natural. Quanto a submissão só aceito em relação a Deus, e neste quesito ainda sou muito desobediente.
Publiquei no facebook o que uma companheira se expressou quanto a receita acima, e que achei pertinente:
"Pois é, eu mudo de opinião no dia em que eu arrumar alguém que me banque e me dê um cartão de crédito sem limites, coloque um imóvel no meu nome e uma boa reserva financeira na minha conta corrente".
Sou cozinheira e sou boa. Mas, acreditem, eu jamais acertaria o ponto deste bolo. Com certeza ele iria solar. Aliás, recuso-me a fazer parte do grupo dessas boleiras poderosas.
Só falta agora uma canga para pôr no pescoço e um chicote.
Fico imaginando, se já não disseram que este é um discurso tipicamente feminista. Contudo, a companheira em questão jamais se submeteria ao domínio masculino, em face de uma conta corrente gorda e um cartão de crédito sem limites. O preço é alto demais!
Para mim significa um retorno, se é que saímos dele, a época em que o homem mandava e a mulher obedecia sem questionar, apanhava sem reclamar, sem ninguém saber para não sujar o bom nome do chefe da família, e ainda, por medo do dito cujo.
Vou colocar o cérebro para funcionar e tentar outra receita menos castradora.