Emoção: amante secreta da razão?
 
A razão é a concretização organizada das emoções. Tal como as palavras, elas viram arte, como na poesia, mas que, há de se concordar, a pureza fora deturpada, ainda que minimamente, ao ser transformada. A razão, por prevalecer como legitimada, substituiria a emoção pura que por sua vez hipocritamente, tentam valorizá-la quando na verdade é considerada oficialmente como pertencente ao campo lúdico, e portanto a manifestação pouco prática da vida. Numa outra analogia talvez infeliz, a razão é a reprodução e a emoção, o amor ou ainda nesse raciocínio ao invés do descaso ou pouco peso que se dê a emoção “o engenheiro (sem estigmatizações) constrói a casa do poeta”. Isso tudo, claro, excluiria os gênios autodidatas e o mar obscuro dos medíocres, alheios a pensamentos e demais desinteressados. Seria o mundo médio dos estudiosos que conseguem aliar certo grau de emotividade a um senso de organização das próprias emoções. Porém qualquer amplitude de faixa será mera especulação diante do universo imprevisível das complexidades humanas.