"O Dilema do trem", de Philippa Foot
Após ler o livro: A Odisseia da filosofia, da revista Superinteressante, me deparei com um experimento de pensamento muito interessante: O dilema do trem, de Philippa Foot, uma filósofa do Reino Unido. Para quem não conhece, vou resumir, assim: Imagine que você é um maquinista de trem, você avista cinco pessoas acorrentadas ao trilho, você aciona os freios, mas eles não funcionam. Você percebe que um pouco antes, do ponto onde estão as cinco pessoas amarradas, existe uma bifurcação. Você pode puxar uma alavanca, para desviar o trem à direita, porém, na pista da direita temos outra pessoa atada aos trilhos. O que você faria? Mudaria o curso do trem para salvar cinco vidas? Desse modo estaríamos sacrificando uma vida, porque parece mais correto (um mal menor nesse caso) salvar cinco pessoas, do que só uma. Ou não faria nada? O que talvez seja até a opção mais sensata, já que nesse caso, escolheríamos não interferir nessa triste tragédia. O grande culpado seria o assassino, que amarrou aquelas pessoas ali. E a fatalidade com os freios, seria o elemento crucial (mas, também não incriminaria o maquinista), que contribuiria para o desfecho trágico. De qualquer modo, o fantasma daquele dia, o remorso (por ter puxado a alavanca ou por não ter puxado a alavanca), seria nosso companheiro eterno. Depois de me colocar na pele desse maquinista infeliz, durante alguns minutos, pensei: E se no trilho da esquerda imaginássemos uma pessoa querida, um ente familiar, um amigo, amarrado aos trilhos — e no da direita, as mesmas cinco pessoas, apertaríamos o botão para ir na direção destas?