O espelho
Olá!
Sim, tu. Tu que me lês! Gostas do que vês?
E...é como nos teus sonhos, como tu querias ser?
Há muitos anos, tinha tantos sonhos. Tantos sonhos de muitos tamanhos...
És reflexo de tudo aquilo que almejaste?
Tens tudo o que desejaste?
E quando te olhas no espelho, desenhas o passado na inquietude do tempo? Consegues, consegues ver?
Consegues encarar os outros?
E a ti mesmo?
E quando as lágrimas insistem em viver nos teus olhos, as lembranças, deixas que te perturbem?
Consegues ver no espelho aquele alguém que sempre imaginaste, e a quem nunca contaste?
Tu...sentes saudades na imagem do teu ser? E...e as oportunidades que se perderam, fazem-se notar nos traços do teu rosto, ou insistes em apagá-las da memória e do coração?
Lamentas aquilo que não viveste?
Que ilusório é querer viver, e assim continuar a não viver.
Viver é experimentar, correr, saltar, ter a coragem, a vontade de ser no sangue, sentir todas as estações numa só emoção.
Viveste, ou ainda vais viver?
E agora, agora que te olhas ao espelho... onde gostarias de estar? Será que dormir é suficiente para que a vida se encaixe no puzzle que queres acabar...onde as peças se perdem, como quando os teus planos falham?
Ai quando me olho ao espelho...vejo tudo.
E tu, quando te olhas ao espelho...se te olhas ao espelho.
Se te olhares...
Se olhasses...
Mas não queres, não olhas com olhos de ver.
Não vês o espelho..
Nem a ti.
Tu não te importas.
Desaparece.