Quando Decidi Partir

Quando decidi partir, me olharam com desprezo, com ódio, com desdém.

Eles queriam que eu ficasse, eles queriam que eu os acompanhasse.

Mas eu disse Não!, não vou ficar aqui, não quero ficar aqui.

Nem com vocês, nem com ninguém. Aqui eu não fico.

E parti. Saí sozinho. Deixei todos para trás.

“Não vai dar certo”, ouvi.

“Você vai voltar”, disseram.

“Não vai aguentar”, falaram.

Mas eu fui. Passos largos e coragem no peito.

Percorri quilômetros, semanas e dúvidas.

Andei como nunca, com a certeza de que eu não deveria ter ficado.

De que eu estava certo ao partir.

À distância, ainda escutava uns e outros.

Ainda ouvia pedidos e súplicas para eu voltar.

“Vem, a gente está aqui, volta!”

Não volto, não quero, não vou.

Perguntam o que procuro, respondo que é não ficar ali.

Perguntam para onde vou, digo que qualquer lugar menos ali.

“Mas é perigoso, é desconhecido!”

Mas é novo e diferente.

“Mas é duvidoso, é uma incógnita!”

É vivo e desafiador.

“Você não tem coragem!”

Eu fui.

“Você vai voltar.”

Talvez, mas não sem antes tentar.

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