O jogo das letras
Parei de escrever por um longo tempo
Passei a viver as linhas que escrevia e contava para as pessoas.
Apanhei e bati, e hoje estou aqui escrevendo novamente.
Aqui a vida é mais fácil, do que as linhas reais da vida la fora, aqui tenho tempo para saber o que fazer, escolher o melhor de mim para mostrar para o apreciamento de quem se importa, e o meu mal também posso escolher de qual forma espalhar , são tantas linhas que não precisam ser vividas novamente, apenas a lembrança já é o bastante para compor um texto. Mas quando a inspiração acaba, a vida trata de traze-la de volta, num amor não correspondido, num parente morto, num céu laranja, num pé descalço, num olhar atrás da janela do ônibus.
Vivenciamos todos os dias nossas poesias, sofremos e aprendemos, claro que seria melhor, se adquiríssemos tudo isso sentado sem sofrer
apenas a mente funcionando , mas seria frio e sem graça.
Como falar de amor, sem ao menos ter sofrido o seu abandono.
Saber como beijar uma boca é fácil pra quem tem amor, tente fazer isso sem ao menos se gostar...
É como esfregar os lábios numa parede de concreto e sentir o seu próprio gosto em outro lugar fora da boca, isso é estranho pra quem sabe fazer o que a vida manda fazer, já quem não aprende, isso se torna rotineiro.
Saber escrever tem disso também, escreve o que se sabe o que se vive, então sair para explorar os cantos da vida é aprender a preencher linhas em branco, tanto aqui, quanto lá fora.