Superar, esquecer... 2012 meu renascimento, desabafo.
As vezes eu me pergunto se eu superei realmente tudo o que me aconteceu nesses últimos anos, se eu consegui de verdade seguir em frente, sem aspas sabe, dessa forma bem real, mas, são nesses momentos também que paro para refletir em torno da palavra SUPERAÇÃO e percebo que não, ela nunca existiu pra mim, o motivo é simples eu vivo a sombra do passado mesmo que por vezes fracionado em pequenas memorias, do que foi ou do que deixou de ser, sabe quando sua mente vaga entre um acontecimento e outro se questionando o porque de tudo, como por exemplo quando eu me pego tentando imaginar como teria sido se eu não tivesse feito aquela viagem em fevereiro de 2012, aquela viagem que pra mim foi um grande passo para a vida adulta enquanto em contra partida foi o fim do relacionamento dos meus pais ( pra quem não sabe eles se mantinham "juntos" porque eu os "obrigava" e ter me distanciado foi crucial para a separação deles, as vezes me pergunto se valeu a pena, se foi realmente a melhor escolha naquele momento mas, eu sei que no fundo foi a melhor escolha para mim (apesar de tudo), só eu sei o que eu estava sentindo, eu estava nos meus piores dias e se não houvesse ido talvez teria sido o meu fim). Eu sempre pensei muito nos outros e deixei de pensar em mim e me manter no meio da guerra que havia se tornado aquele relacionamento foi me fazendo adoecer, digo espiritualmente, eu me sentia presa, sozinha, incapaz e indefesa e quando o suicídio me parecia uma ótima saída e a insanidade havia se tornado meu estado normal algo em mim, a parte que queria se manter viva, resolveu agir, eu fugi dos problemas, peguei um avião e fui pro lugar mais longe e aconchegante que meu dinheiro pudesse pagar, era carnaval de 2012 e eu estava em salvador-BA Meu segundo lar, eu fugi, não literalmente claro, afinal todos estavam avisados, eu havia completado 18 há alguns meses e era minha primeira viagem sozinha, fui rever familiares e abstrair do que havia me deixado pirada e no meio da viagem um telefonema me deixou preocupada o que eu havia evitado a anos havia acontecido: a temida separação e a culpa talvez fosse minha também porque desta vez eu não estava lá mas enfim, aconteceu e vem durando até hoje. O que aprendi com isso? Que as pessoas mudam, que existia um lado do meu pai ao qual eu não conhecia e não me agradou em nada ter conhecido, ele se esqueceu que tem filhos e isso me abalou e abala até hoje afinal sempre fui a princesinha do papai e de repente perdi a coroa mas uma vez desprotegida e "sozinha".
A vida segue não é mesmo? E foi o que todos fizeram, seguiram suas vidas, inclusive eu e entre erros e acertos e muitas historias incompletas e dispensáveis eu fui vivendo, morei só, morei com uma pessoa a qual por anos considerei minha melhor amiga mas, melhor amiga porque mesmo? tudo bem, não vem ao caso, sei que me decepcionei e muito e essa historia rendeu pano pra manga porque eu guardo rancor e foi o que eu fiz no decorrer desses anos mas deixemos essa historia pra outrora.
Voltando a esse lance de superação, a verdade é que não superei nada mesmo, eu continuo me martirizando por muita coisa, sofro e choro em silêncio ainda por determinadas lembranças mas olhar pro lado e ter alguém com quem contar me faz respirar fundo e seguir em frente mesmo que devagar e que de vez em quando eu pare para olhar pra trás (e quando me refiro a olhar para trás e reviver o passado não é sobre amores passados e sim sobre dores, sobre perdas que ainda me afetam) meu pai me faz uma falta que ele nem imagina (eu apenas me faço de forte), ter perdido dois bebes em curto tempo quando meu grande sonho é ser mãe também me afeta bastante mas contudo eu sei que hoje eu tenho um colo pra deitar e isso alivia minhas dores. O ponto em que quero chegar é que no meio disso tudo eu encontrei um motivo pra sorrir, ele tem nome, sobrenome e um gênio forte, é de bastante carne (hahaha) e osso e tem mudado minha vida de forma positiva e intensa, tivemos discussões, desentendimentos em alguns momentos eu quis morrer mas, me mantive calma (SQN), não tem sido fácil mas a vida em si nunca foi não é mesmo? pelo menos não pra mim, o fardo agora é mais leve porque ele me ajuda a carregar, e nesses dois anos passamos por poucas e boas, foram tapas e beijos as vezes as brigas eram constantes e a convivência ia se tornando insuportável mas valeu e vem valendo, como aprendizado pra vida toda, sei que nesse curto espaço de tempo ele se tornou o homem da minha vida e que mesmo que não dure pra sempre ele será sempre lembrado, o pai das minhas duas estrelinhas que brilham no céu, o homem que esteve comigo nos momentos mais dolorosos desses últimos dois anos, me apoiando, me dando a mão e também um ombro pra chorar, o mesmo homem que prometeu realizar meu sonho de ser mãe e que me fez entender que talvez não era a hora e que precisávamos seguir em frente apesar das perdas poque a vida é como um jogo e nem sempre a gente ganha, o homem que me ajudou a crescer, que me fez acreditar que existe sim amor e diferente do que eu pensava ele ( e nesse momento me refiro ao amor) está ao nosso alcance, o homem que me mudou e vem mudando até hoje, o homem que mesmo com todos os seus defeitos me ganhou de uma forma unica e intensa de corpo e alma e que vai ficar gravado na minha história pra toda a eternidade.
~Não era sobre você, era sobre as perdas que me entristecem mas, estar com você me faz lembrar que não é o fim, que ainda posso ganhar essa guerra por que tenho você para enfrentar as batalhas diárias. Te amo príncipe.