Madrugada

A madrugada segue sussurrando em nossos ouvidos. E não importa se somos magros ou amarelos, o que se diz belo na verdade não se faz. E a madrugada segue... O vento assoviando e o frio que nos arrepia a pele, nos fere. O ferimento não é leve, e desencandeia absurdas preocupações. E a madrugada segue... Calada e escura. Apenas procura, tenta encontrar o que não se cura. O sangue escorre. A lágrima também. A madrugada corre. Na madrugada foge, e segue instintos que insistem em dizer que vamos ficar bem. Porém, não existe o bem no obscuro. Pela madrugada escorre, espirra, o sangue quente em nossos olhos. A madrugada passa... O dia chega. Uma faca e um corpo deitado no chão. O dia passa e a madrugada vem. Uma verdadeira dor transpassa o peito. Uma cor vibrante aparece no escuro. O brilho da faca atravessa o coração. A nossa lua triste chora. O tempo passa... Alguém sorri enquanto um outro cai. Nessa hora o tempo pára. Uma vida foi jogada na esquina. O corpo cede e a morte, insana, profana o Sangue derramado... Segue balançando sua foice, sussurrando aos ouvidos, enquanto a lua tensa e triste ascende... Pela madrugada a fora...

Ohnik Santos
Enviado por Ohnik Santos em 09/02/2016
Reeditado em 09/02/2016
Código do texto: T5537928
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