Atirando Tinta em Ventiladores

Os dias me deixam estressada e exausta. Dezoito anos de uma vida curta e turbulenta foram suficientes para me forçarem a vomitar meu lixo literário onde apenas se sente, nada se absorve e nada se aprende. Eu atiro tintas nos ventiladores e repito a mesma autofagia degradante, desgastante, roendo meus próprios ossos. O vento nas árvores, as árvores nos telhados, o amor nas esquinas. As tintas voltam para meu corpo, me fazem quadro, me fazem paisagem e o vento faz da tinta chuva e a chuva me derrete, me faz rio e o rio me leva pra o mar e o mar que não é do nosso planeta me afaga e me afoga.