Crise de existência
Tento, em vão, encontrar a luz. Mas deparo-me com a escuridão, insistentemente, a me apodrecer.
Não tenho a quem recorrer. Estou sozinha, perdida no escuro, sem um vestígio sequer de esperança.
Onde encontro a fé que tanto falam? Ela se perdeu de mim há algum tempo, aos poucos, nem percebi.
Quando notei já estava morrendo por dentro, a ponto de não conseguir me salvar.
E agora caminho sem rumo, sem direção, esperando o "tempo" revelar-me o motivo da minha existência.
Como se fosse algo importante, heroico.
Aprendi que só escrevemos quando estamos tristes, desamparados, quando algo não muito bom está acontecendo, afinal, a estada feliz não necessita pausas para a escrita. O melhor escritor é o escritor mais triste.
A escrita requer solidão, e tenho andado tão solitária ultimamente. Não que eu esteja infeliz, mas quando tudo está fora do eixo à luz se afasta e quase não a notamos.
A luz é felicidade, ou o princípio dela. Não sei ao certo o que escrevo, só sei que preciso, como preciso de oxigênio para viver.
Tampouco espero que a escrita me revele respostas, não quero encontrá-las. Parece que há um prazer na solidão, na escuridão, a qual saindo dela, não encontro meu lugar. E vou caminhando nela.