Teatro

Inebriar-se de ilusão. Cantar uma força que na verdade nunca existiu. Aparentar uma superioridade que nunca teve. Renegar a fraqueza.

A fraqueza. Única citação que oferece veracidade. Porém invisível ao olhos.

Dono do seu teatro, dono do seu roteiro, da sua direção, do seu público. Sabe ocultar o que quer, sabe mostrar apenas o que deve. A manipulação é sua arte. Aplausos!

Um ser nato, admirável dizem. Que farsa miserável. Uma criatura que não consegue admitir suas fraquezas. Atua pra si mesmo. Uma tentativa desesperada de se convencer sobre sua frivolidade.

Eu não quero sentir. Repete pra si.

Aos apaixonados, "sinto muito". Porém, sente muito.

sente, muito.

A lagrima querendo sair. a dor querendo esvair. Sem a permissão do corpo. O diretor não permite.

Meus atores estão falhando! Fechem as cortinas!

Grita, para todas as suas entranhas.

Uma guerra de sentimentos.

Uma guerra que aceita sangue, mas não aceita lágrimas.

Melhor um soco na parede, sangue na mão ou uma lagrima provida de uma dor no coração?

A rima é falha, feia.

mas a resposta é óbvia.

Patrícia Campanholo Pereira
Enviado por Patrícia Campanholo Pereira em 26/01/2016
Reeditado em 26/01/2016
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