CRÔNICAS DE UM PENSANTE
Enquanto se espera por dias melhores, se deseja que o melhor seja hoje. Se passa uma vida, nos arrependemos de tudo, nos jogando sobre as paredes. É fácil chegar a um ponto, complicado é permanecer nele.
Esquecer é essencial, mas nos esquecer de quê? Esquecer que o que fomos era belo, mas não deram valor a isso. Para que esquecer os erros, se eles nos ajudam a acertar? Para que fingir ser cego, se tens dois olhos para enxergar? Não é tão simples descrever uma dor, pois ela não é só o que parece. Tudo, enfim, parece à toa. Mas faz parte do plano, sofrer para dar frutos ao amanhã. Ninguém precisa de palavras, mas nos acostumamos com elas. Quando elas não existiam, como era jogado o jogo da vida? Tem gente que ouve nos discos as memórias, mas quem os escreve verdadeiramente já passou por tanta coisa nessa vida.
Os maus não sou maus, são protetores de si mesmos. Os bons são doadores de virtudes. Os equilibrados são receptores de dores incuráveis. Os ouvintes não erram em ouvir, e nem os falantes erram em falar. O erro é fingir que o que ouviu é bobagem, até mesmo quando for uma mentira. Até uma frase sem sentido sente o sentimento do locutor. Não se jogue sobre o muro enquanto tiveres de ouvir, e quando chegar a hora de falar, respeite a audição dos ouvintes. Saiba ser rígido, mas saiba ser humano também.