Apenas erros

O menor grau de dificuldade na vida é apontar os erros alheios.

É tão fácil mas tão cruel ao mesmo tempo apontar e expor as falhas de pessoas além de nós mesmos. Sempre somos, em nossas mentes, os donos razão. Adoramos exaltar os assassinatos dos assassinos, os estupros dos estupradores e os roubos dos assaltantes. Mas ocultamos os mentirosos, os arrogantes e os indiferentes dentro de nós.

É super normal e aceitável mentir para não ter que atender aquela ligação ou mentir pros pais sobre onde esteve.

Ou quando alguém toca nossa campanhia pedindo ajuda e simplesmente ignorar por isso ocupar muito (pouco) do nosso tempo.

Nossas mentes calculistas e frias deletam, quase que instantaneamente, aquelas almas moribundas que vemos na rua. Mendigos pedindo uma mísera moeda passam despercebidos no nosso coração.

Sem me esquecer de citar o ódio e a falta de perdão. Me parece que não existe pior forma de assassinar como esta. Sempre que escolhemos não perdoar alguém, a morte nos consome. No nosso coração, a pessoa que não perdoamos morre para nós. Ela deixa de existir nas nossas mentes e toda vez que a vemos ou ouvimos falar dela sentimos algo ruim, que causa insônia. O ódio.

Não precisamos apontar os erros dos outros. É necessário parar de colocar graus de erro: "Errão, erro e errinho". Tudo é erro, tudo é falha, tudo é problema. Ninguém está isento de errar mas não há erro que não posso ser perdoado.