Desire.

Não há outra melhor categoria para eu escolher do que senão a de pensamentos para o texto que no momento ponho-me a escrever. Sinto vontades de pintar uma parede com desenhos vindos do mais profundo da alma. Nada mais sensato do que não escrever por códigos algo que vive a estar estampado em minhas córneas desde o momento em que me debrucei e deixei a boca sentir o gosto do veneno que mais do que qualquer outro entorpecente, em mim, é capaz de criar uma fonte de satisfação e juntamente com delírios, fazer viciar. Devemos então nos entregar aos desejos tão impetuosos, como este, que vivem a rechear meus dias? Não dou voz ao mesmo e vivemos a nos espancar, no fundo a mesma intenção há nos dois, o desejo a querer me subordinar aos seus caprichos, eu o desejando e fugindo sem querer fugir. Como se já não bastasse o querer que me cerca, não só a mim pertence, mas a outro que está perto e tem o poder de consumar a tal aspiração juntamente comigo, e de preferencia sem roupas.