Expresso 511
Logo vi que eu estava lá.
Preconizando-me.
Por uma náusea,
E um vomito extra sensorial.
A luz viajando em um desconhecido tempo
Dividido ao meio.
"...A vida é eu."
Na parede distorcida,
De um tempo existente por anteparo.
Minha estranha amargura,
Meu medo de ser
Um mero existir humano.
Tão insignificante quanto os mundos efémeros que sucederam o nada pois, o nada nunca existira.
(Que ser nunca?)
E mesmo assim
Crias o mundo.
Alheio no escuro
De tua própria consciência
Faz-se por existir
Dentro e fora de tudo.
Por ti e para os outros.
Enquanto o planeta inteiro te faz verme
Que rasteja ao chão
E o chão do mundo inteiro
Dentro de ti é lodo.
Todavia, és tão moço.
Tua vida secou
No calor do abraço
Ausente que negastes
Por orgulho.
E agora,
Que tanto és
E tanto sabes,
De nada servem
Tuas metáforas rimadas,
Teu sorriso sincero,
Tuas esperanças,
Teu real.
Não mais te enchergam.
Tu que és pichador
De memórias.
Todos encenam seus papeis, e aos poucos saem de cena.
Mas quanto a ti,
Bom, todos sabem.
Ninguém o reconhece.
Tirastes a fantasia,
E ninguém te notou
Em meio à tantos deuses.