Expresso 511

Logo vi que eu estava lá.

Preconizando-me.

Por uma náusea,

E um vomito extra sensorial.

A luz viajando em um desconhecido tempo

Dividido ao meio.

"...A vida é eu."

Na parede distorcida,

De um tempo existente por anteparo.

Minha estranha amargura,

Meu medo de ser

Um mero existir humano.

Tão insignificante quanto os mundos efémeros que sucederam o nada pois, o nada nunca existira.

(Que ser nunca?)

E mesmo assim

Crias o mundo.

Alheio no escuro

De tua própria consciência

Faz-se por existir

Dentro e fora de tudo.

Por ti e para os outros.

Enquanto o planeta inteiro te faz verme

Que rasteja ao chão

E o chão do mundo inteiro

Dentro de ti é lodo.

Todavia, és tão moço.

Tua vida secou

No calor do abraço

Ausente que negastes

Por orgulho.

E agora,

Que tanto és

E tanto sabes,

De nada servem

Tuas metáforas rimadas,

Teu sorriso sincero,

Tuas esperanças,

Teu real.

Não mais te enchergam.

Tu que és pichador

De memórias.

Todos encenam seus papeis, e aos poucos saem de cena.

Mas quanto a ti,

Bom, todos sabem.

Ninguém o reconhece.

Tirastes a fantasia,

E ninguém te notou

Em meio à tantos deuses.

Wan Carlos Firmino
Enviado por Wan Carlos Firmino em 09/01/2016
Código do texto: T5505633
Classificação de conteúdo: seguro