Agora ela é só um corpo que vaga a esmo pela vida sem vida, cruza canteiros cinzentos, em meio a flores mortas...
Chove, cai a chuva melancólica, preguiçosa, espalhando o vento, como gritos de desespero ecoando lamentos...
Pingos quentes que não lavam a alma, que não afogam as mágoas, que não devolvem a esperança...
Pequenas gotas de chuva são como espelhos, refletem imagens, jamais interiores. Por elas a mulher se olha, e se pergunta quem seria aquela que a observa com olhos cheios de dor?
Ninguém!
Apenas um rosto sem viço, um corpo sem vida, uma luz apagada, uma alma tristonha que espera a vida passar, sem ilusões, sem sonhos, sem planos, sem amanhã, sem encontros, sem o amor!
E a vida passará.
Em breve será outro fevereiro...
em breve será outro domingo!