No caminho

Pronto. O fim do fim chegou ao fim.

Parecia nem ter começado.

Está tudo morto e enterrado agora. Inclusive, palavras que foram geradas no coração, mas não foram corajosas para ultrapassarem as barreiras da gente que se limita às boas maneiras.

Rimou.

Vida e ida rimam também?

Creio que sim.

Essa dor parece aquele RO – resto de ontem – em que a gente mistura tudo e faz algum prato para saciar a fome. São, sim, restos de ontem. Porque, ontem, você ainda estava aqui.

Mas, dessa vez, os restos não saciam.

Pelo contrário.

Esvaziam. Esvaem-se.

Deixam, mesmo que por milésimos de segundo, se substituírem pelos restos de hoje.

E agora, daqui em diante, nesse instante, o futuro inteiro é apenas uma sobra.