Carnaval de estudante
Ler livros no meu país é coisa de estudante.
De mente pensante.
Ridicularizado pela massa.
Com moleza para estudar.
É coisa banal,
Tabuada geral.
Para louco varrido de pedra é decorar.
Usar uns óculos, já é suficiente.
Fazer poses.
De gentes.
Ler uns quadrinhos
Fala de filminhos
Olha o Nerd.
E nada mais.
Falar de Aristóteles
De Literatura.
Já levanta a fissura da pose intelectual.
Fotos em redes compartilhar.
Para toda esta gente abraçar.
Tal de likes.
Que me no espanhol, errado ablar.
Falar de política.
É grande facínora.
Sem ciência do lógico.
Das facetas, artísticas.
Em propaganda eternizar.
Governantes indecentes
Alimentam a gente.
Com seus discursos marqueteiros.
De partidos eleitos.
Em anos adentro á politizar.
Sou pobre sofredor.
Não tem jeito.
Viro pastor.
Abro uma igreja
E começo na dança.
Do evangelho a me equilibrar.
Estar sempre informada.
Sempre atualizado, este sim é sábio.
Andar falando inglês.
Mandarim, Japonês.
Para que um público diga eita sabichão.
Anal, verbal.
Disfarce ou jeitinho brasileiro.
Com a dança da bundinha.
Vamos e só um sambinha.
Para a alta educação driblar.
Educação se vai.
Onde a casa de mãe Joana, abre as portas.
Educa, coloniza, impregna.
Com musicas carnavalescas.
Tende em refrões repetitivos ecoar.
Esta maldição, na educação.
Colonial ou não.
Onde a ocupação da praga burra
A nos afetar.
Fui infectado no ventre.
Quando meu pai demente.
Foi pular carnaval e me fecundar.
Abraão Aisten