A TAMPA MORTUÁRIA

A tampa mortuária sob a qual desaparecerei

será aquela da qual um dia um neto jamais verei.

Meu amanhá haverá de ser selado com uma data

na fria caixa onde ficará meus restos mortais.

No lúgubre momento do meu desaparecimento

Somente o fogo é que tocará meu corpo.

Não hei de ver o céu nem o inferno.

Tudo será silêncio junto com escuro.

Desmanchando entre o crepitar do fogo

vai desaparecendo todas as parte do meu rosto.

Os restos mortais são agora uma figura de pó queimado.

Ao céu subiu a fumaça da morte que deixou mau cheiro.

O meu destino foi selado com a tampa mortuária.

Céu, terra, água, ar ou mata

Não verei mais já transformado unicamente em pó.

E no pó jamais existe consciência alguma.

Sob a tampa mortuária o silêncio é sepulcral.

Alguém irá dizer com convicção que estou no sono eterno.

Mas escondido sob a tampa mortuária

ficou apenas escuridão, pó e silêncio completo.

( iniciei o poema as 21:02' horas e o terminei 21:37' hs no dia

26/12/2015).