Bebo amor e vomito poesia
A gente cresce e muda, como a lagarta que um dia se transforma em borboleta. Eu não queria ser assim. Queria ficar para sempre no casulo, queria me excluir de tudo e todos. Mas, não sei como ou quando, aconteceu algo que me mudou de um jeito bom. Sem pressão, sem querer dominar, sem ordens, sem julgamentos. Me mostrou que eu estava pronta para sair e voar. Me mostrou que o medo corrompe e nos interrompe. Me mostrou que é errado estar sempre certo e que, na verdade, ninguém sabe o que é o certo ou o errado. Me fez crescer e mudar. Pensar fora da caixinha. Viver. Sorrir. Sonhar.
No fim das contas, acho que não foi algo, foi alguém. Não foi alguém, foi você.
Eu tinha medo e superei. Quebrei minhas regras e baguncei tudo aquilo que eu fazia questão de deixar arrumadinho em gavetinhas imaginárias. Soltei o cabelo, comprei batom vermelho e me permiti ser quem eu quisesse. Me deixei ser eu, me deixei ser livre. Libertas quæ sera tamen!
Meu preto e branco ganhou cor, o coração vazio eu enchi de amor. Joguei fora minhas inseguranças e me joguei de corpo e alma num rio de novas descobertas. Me afoguei, quase morri, mas vivi para contar a história. Eu era gelo e derreti. Não dá para ser fria com você, meu verão de trezentos graus. Eu me isolava, mas resolvi fugir de mim. Fui para o mundo, mas sem perder a essência. Não faço nada por fazer ou só porque todos fazem. E nessas festas da vida, só bebo amor e vomito poesia.