O rebuliço dos microtextos

Somos um emanado de microtextos

Bailando os seus contextos

Na dinâmica dos encontros

Intercalando suas perspectivas

No panorama de suas percepções

Ora, seu universo irá me apetecer

Ora, seu universo irá me entristecer

Quiçá, devemos ficar aborrecidos

Submersos na pluralidade dos microtextos

Que se encandeiam

Se confrontam

Vezes, nossas semânticas não se entenderão entre si

E no ápice da discrepância

Não devemos rivalizar

E, sem concorrência permanente

Pois, a premiação

É irrisória

E nesse rebuliço dos microtextos

É preciso saber conviver

É preciso saber compreender

Pois, somos microtextos,

Desconstruídos de um único macrotexto.

Marcão Cruz
Enviado por Marcão Cruz em 26/12/2015
Reeditado em 01/11/2017
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