A vida imita a arte (em Mariana).
Lembram-se daquele ditado popular que diz que “a vida imita a arte”? Pois é. Vejam onde o desastre ambiental de Mariana se inspirou:
PARA UM DESASTRE AMBIENTAL
Permitta-me, Excellencia, que eu pondere
accerca do perigo que reside
numa devastação que tudo altere
na natureza, caso ella revide...
Quem, como o Senhor, sobre nós decide
precisa pensar bem si assim não fere
a flora, a fauna, e o solo não aggride
a poncto de que não se recupere...
Reflicta, por favor! Não cause à Terra
tal damno! Ella dá chances a quem erra,
mas isso...! É irreversível o que gera!
“Não quero nem saber si o pato é macho!
Eu quero é ovo! Foda-se! O que eu acho
é que essa merda toda aqui já era!”
O soneto acima, de 19/11/2007, premunitório, é de autoria do extraordinário poeta Glauco Mattoso, e aparece na página 105 de Poemidia e Sonetrilha,
Editora Annablume, 2011.