Esperança

Contemplei aquele vasto e taciturno campo. Lá estão sepultados sonhos, vãs esperanças, vaidades... Cada lápide conta uma história que o tempo e o esquecimento devoram lentamente. Aquele que levou uma relação leviana com a vida foi por ela rejeitado e abandonado antes mesmo de seu derradeiro momento. O manto negro da noite já cobre o céu e um vento gélido e sinistro congela a alma. Sombras miseráveis caminham, impacientes, sem rumo. Lamentam, gemem e choram, mas não encontram alento. Poder, riqueza, prestígio, prazer... O que tiveram no mundo não lhes traz alívio, mas somente uma sede insaciável. Agora seus desejos se converteram em tormentos. Contudo, os valentes que não temeram a dor e impavidamente sondaram as profundezas da própria alma encontraram inesgotável tesouro e para eles o Sol haverá de nascer mais uma vez.