Sem Lei

Para algumas pessoas parece tão fácil... Entrar na vida de alguém, "bagunçá-la", fazê-la acreditar em um monte de promessas, fazê-la sentir-se única, fazer planos... e depois simplesmente esquivar-se, como se nada tivesse acontecido.

A vida seria muito mais fácil se não sentíssemos nada, se não amássemos, se não nos dedicássemos, se não desejássemos o bem. É como dizia Renato Russo: "Um dia pretendo tentar descobrir porque é mais forte quem sabe mentir". Eu nunca vou saber, pois não consigo mentir, não consigo ser metade, não consigo amar só um pouco, não consigo dividir sentimentos. Mentir pra si mesmo é uma das piores mentiras. Conviver com um sentimento que não é seu, ir contra a maré de seus próprios desejos é autodestruidor.

Não consigo ter muitos amigos, pois minha confiança é para poucos, meus sentimentos são para poucos. Talvez escrever o que sinto para "todos" é uma forma de aproximação, mas não sou muito amigável. Por isso, quando me entrego é pra valer, entrego tudo de mim, e, claro, sempre acabo me machucando. Mas quer saber!? Prefiro ser assim. Prefiro sentir o que sinto, sem medo, sem receio. Quando descobri que guardar o que sinto e medir palavras era algo que nunca me faria bem, coloquei pra fora, xinguei, disse que amo, me iludi, me apaixonei, senti raiva, ri pra caramba. E é assim que consigo viver: na intensidade. Mas, nem todos sentem como sinto, nem todos sabem lidar com seus próprios sentimentos, nem todos sabem mesmo o que realmente sentem, e preciso conviver com isso.

Diferenças. Elas sempre vão existir. Não existe ninguém igual a ninguém. E isso é mais um motivo para sabermos entender o outro e que cada pessoa é um universo particular. Alguns precisam de tempo para digerir sentimentos, outros apenas sentem. Alguns levam tempo para amar, outros apenas amam.

Não há regras para amar, não há contrato para amar, não há uma forma correta para amar. O amor simplesmente acontece e quando ele vem é pra ficar.