SILENCE
A palavra não resolve a verdadeira questão de nada. Aliás, ela pouco significa e pouco diz à ilusão de ótica posta à superfície das coisas. Assim é que correm (muitas vezes parecendo-se límpidas como as águas de um rio cabaceiro) com pedras e lodos que ficam em seus veios, e com matas e flores que ficam em suas margens.
A palavra não significa que exista alguma coisa. Ela apenas representa a sutileza que o ser tem de dizer que exista alguma coisa a seu modo de ver, mesmo não vendo que o faça dessa forma.
Mas o silêncio, sim, diz muito e, sobretudo, às profundezas não vistas do ser, onde, quietos e reflexivos, ruminam-se reflexões sobre vida e morte, amor e dor, fantasias e devaneios; quais serão emergidos, a seu tempo, à superfície onde apenas pensam que vazios podem conter tudos.