Reflexões I
Passaram-se dezoito anos e cerca de cinco meses.
Tempos diferentes do que poderiam ter sido se o que aconteceu antes daquele período nâo tivesse acontecido.
É o efeito borboleta. Talvez os movimentos de suas asas influenciem o rumo das coisas.
Talvez seja parte da vontade divina.
Digo aos meus problemas, então, que eu tenho um grande Deus. Que cada acontecimento bom ou mau, escapando ou não do meu controle, faz parte dos planos dEle.
Ou talvez eu devesse dizer:
O meu problema é que eu tenho um grande Deus.
Mas tudo é bipolar.
Nada na vida é banal.
Há sempre alguma coisa acontecendo.
Talvez meu Messias idealizado esteja postado em alguma dimensão extra-temporal.
Cada ação tem suas duas faces e consequências. Reconhecendo os dois lados, a humanidade torna-se mais madura e responsável por seus atos.
Algumas pessoas falam-me muito de "salvação", embora se comportem apenas como papagaios.
Salvação pra mim, por enquanto, reconhecendo que posso mudar de opinião mais tarde, significa libertar-se do nosso lado mais animalizado e ignorante. Ou pelo menos tentar isso. Reconhecendo que sempre ignoraremos a maior parte das coisas.
Salvando-nos do orgulho, da vaidade desmedida, ganância e outras tendências aparentemente sedutoras mas negativas, subiremos a um novo degrau rumo à Verdade.
Nisso consistia a missão de certo ser que tantos admiram e dizem amar ou seguir, mas que só proferem palavras bonitas e vazias cheios de hipocrisia.
A tal salvação é papel e dever íntimo de cada ser.
Mas inventamos bezerros de ouro.
Ora! Como isso é possível?!
Um ser onipresente e no entanto um mal reinante!
Mas a resposta não está longe.