Contrastes do existir...
Foi naquela noite, e somente naquela noite... Eu pude ouvir os clamores de minha alma. As angústias... Elas soavam menores... Menores harmônicas... Tristes... Tensas... Porém profundamente, sentimentais... Suaves... E também, naquela noite, e somente naquela noite, eu pude ver, as tristes cores daquela primavera... Estavam cinzas, como que empoeiradas, as flores do meu ser. Porém, profundamente azuis... E foi naquela noite, na qual passei a perceber que estava entristecido... Com as cores sólidas das nossas miseráveis vidas, encarceradas nas falsas liberdades pregadas. Porém, profundamente livre, e feliz... E foi naquela noite, tão somente naquela noite, que eu me deixei a sós comigo mesmo, com as luzes escurecidas dos meus olhos... Que ainda brilharam ao ver o Sol iluminar a Terra... E naquele dia, e a partir daquele dia, passei a enxergar a vida com as mais belas e coloridas cores escondidas sobre o acinzentado da cidade... E naquele dia, minha alma soou maior... Alegre... Satisfeita... Porém, profundamente, Amarga...