Malabarismos Incansáveis dos Segundos
Vejo meu oceano inundado de um vazio maior que todas as águas existentes! Nem sei se realmente vejo o que está lá fora, ou simplesmente engano meus olhos para poder ver o que há por dentro de mim. Me sinto cheia de um nada extraordinariamente pequeno.
E assim percebo o quão completa nasci. Transbordo toda a sabedoria que um dia me foi passada, e que um dia eu irei descobrir.
Entretanto, sei que apesar dela estar em mim, eu não estou nela.
Alguns de nós, maravilhosos imperfeitos seres humanos, possuem coragem suficiente para buscar o conhecimento. Outros permanecem alheios. São apenas personagens figurantes em uma grande peça de teatro. Sem eles, a apresentação não seria tão bela, porém, continuaria existindo. Estas pessoas ficam sentadas no fundo do salão observando. Esperando até que um destemido lhe estenda a mão e lhe ensine a dançar. E então rodopiamos. Brincamos. Dançamos afinal, mas logo voltamos para casa, esquecemos a breve dança, e nada da noite fez alguma grande diferença para nós. Enquanto os outros nós permanecem sem descanso na pista de dança. Aprendemos cada movimento. Cada rodopio é diferente, e sentimos isso. Somos ensinados pelos malabarismos incansáveis dos segundos.