EM CASA
Às vezes, o corpo do niilista também anseia se servir de saladas cruas, às sinuosas luminescências das regozijantes puritanas e às sinuosas curvas das tristes putas, de onde se possa beber de seus sóis, sais e porras.
Às vezes, o coração do niilista também quer um porto seguro, um estar incondicional e um amor puro, que lhe contraste e lhe aceite com sua essência-nau escura, sem lhe espremer as ácidas e tácitas chuvas.
Às vezes, a alma do niilista também anseia, ao rigor do deserto, a alta e lisa alvura. E, num rápido imaginário, vem-lhe um oásis ao constelário de areias nuas, de onde se pode ver a passagem de andorinhas aquáticas e de águias brancas a voarem insones, em maleáveis graças, por toda a alucinada conjectura.
Às vezes o niilista, como tu (que me lês agora), é concreto ou nervo incerto; outras, é chão ou teto; outras ainda, é incautamente (à luz) cego ou (às sombras) soturnamente liberto.