É só a saudade de novo...

Moreno.

Parece que foi ontem que o ano começou, mas já estamos no final dele. Isso me faz pensar que já são quase quatro anos desde que te vi pela primeira vez. Quatro anos desde aquele dia que não lembro bem como estava, mas lembro perfeitamente da sua cara de nada enquanto admirava a paisagem e da sua voz estranha dizendo bom dia. E lembro também que meu primeiro pensamento ao te encarar foi algo do tipo “é ele!”. E era mesmo. Não sei como, mas eu consegui enxergar além dos seus ombros sensacionais e do seu cabelo devidamente bagunçado.

Ainda me pergunto como eu, poço de drama, consegui suportar sua mania de ser sempre o mais dramático. E como você, competidor nato, não ficou bravo por ter perdido o campeonato de chatice. E também queria saber como você não morreu de diabetes devido aos sorvetes que tomava todo dia, ou como eu não morri de vergonha naquela vez que a sua mãe surgiu atrás de nós no ponto de ônibus e disse: “oi, você que é a famosa Li?“. Pior que isso foi você pedir para ela me dar carona. Queria saber como você conseguiu não se importar com as minhas frescuras e bobagens, como se esforçou pra enxergar sempre o melhor de mim.

Você me ensinou muito mais do que eu achei que poderia aprender com um cara, passou por cima de tudo e todos por causa de nós dois, me fez acreditar que eu conseguiria qualquer coisa que desejasse, me mostrou que é bom quebrar as regras de vez em quando. Você me fez conhecer novas pessoas, novas bandas, novos ares, mas sempre respeitando meu gosto musical, minhas decisões, minhas raízes, sempre me respeitando mais que tudo neste mundo. Você me entendeu mais do que eu acreditei que alguém conseguiria entender, você me ensinou que errar faz parte e diversas vezes fez com que eu eu me sentisse bem por estar errada. Você me tirou da minha zona de conforto. Você me libertou de mim mesma e acho que nunca vou conseguir agradecer o suficiente.

Foi tudo tão intenso, tão imenso, eu só queria saber por que tudo tem que ter um fim. Destes quase quatro anos, faz mais de um que eu não te vejo e só eu sei o quanto dói. A sua ausência se faz presente de um jeito que ninguém imagina, a saudade aperta nos momentos menos esperados, tipo agora.

Eu tinha medo de altura, mas me joguei de braços abertos. Tinha medo das ondas, mas descobri que você era mar, e mergulhei. Conhecendo você, aprendi mais sobre mim e me afoguei em minha própria essência. Obrigada por existir e ter me proporcionado a sensação de ser a rainha do mundo. Do seu mundo.

O tempo passa, mas eu nunca vou deixar de te amar.