Dragão
Eu te amo, e te amo mais a cada dor
A cada noite de sol
Em cada noite de chuva.
Nessas tempestades que viciam meus olhos a um turbilhão de medos.
A uma maré de seimentos.
Nas madrugadas sem fim eu te procuro.
Sons, lugares, dores que te tragam pra mim.
Vago pelas ruas, como uma sombra na penumbra, buscando teu cheiro.
As vezes encontro, as vezes não.
As vezes te tenho. As vezes não.
As vezes te quero, outras... Também.
Ah se essas dores que se fazem em nós.
Se nos dessem mais do que o cansaço que sinto nesse corpo...
Mas dão.
Em um ato de fulgor abro meu coração, nosso coração, com as garras e urros, à pleno pulmão.
punhaladas rasgão-o cada vez mais.
Pois sofremos pela falta. Falta de tempo, de lugar. Falta de beijar.
Mas pela falta de espaço dentro deste coração que caiba o pandemônio que é te amar.
Abro em meu coração, rasgo e vissero esse lugar para nós.
Pouco a pouco, e cada vez mais, rasgo de mim tudo que não é você.
Eu te amo, mais do que a mim.
Que frase torpe esse amor nos faz contar.
E gritamos aos ventos, tentando te encontrar.
Ah meu amor...
Quisera eu que que aquelas lágrimas fossem moedas de ouro... compraria teu palácio com cada uma delas...
Mas não são, são moedas da alma, que doem quando escorem dos olhos rubros em amor, e dor...
"Amor só é bom se doer"
Que pensamento arrogante, egoísta, verdadeiro...
A perfeição cobra seu preço, preço pelo apresso de amar sem limites.
E Eu não os tenho.
Não existem limites.
Eu os quebro, os destruo, com um leve bater de asas, eles voam pra longe de mim.
Um Dragão não compreende o que é a vida em carne.
Mas ama, como se não houvesse fim.
E não há.