Um texto cheio de nada que não deveria ter nome mas acabou tendo que ter.

Sabe essa vontade que bate, aquela agonia que você sente na ponta dos dedos, a ânsia de digitar versos sem rumo, histórias sem final, sem pé nem cabeça, sem verbos, sem prosa, só palavras, um monte de palavras desconexas, e pontuações! Porque pontuações são importantes. Fora isso, sem ideias fixas, sem padrões, sem estilos, só ímpeto, instinto, vocabulário próprio, loucura, vontade mesmo, sem objetivo, quase um nada, quase um dada, quase qualquer coisa que seja parecida. Não dá mais, é preciso digitar, cuspir emoções, jogar tudo no papel em branco, falar alto, cantarolar lá lá lá, sei lá, sabe como é, me diz que sabe, claro que sabe, você também já sentiu isso, tenho certeza. Afinal, quem nunca se perguntou: por que tem que ser tudo pensado, medido, bem elaborado, comedido, repetido, formatado? Por que, me diz? Às vezes, velho, o azul é apenas o azul e não a personificação da melancolia, da tristeza ou da calma. Nem tudo tem significado, embora tenha mais significado do que aparenta ter, mas às vezes não quer aparentar ter aquele significado que tem. Sacou? Não me interrompa perguntando o que eu quis dizer com isso, apenas sinta e dê o significado que quiser pois não sou eu que ditarei regras aos meus próprios dedos, chega uma hora em que eles já estão se mexendo sozinhos e eu não tenho nem mais tempo de pensar de refletir de respirar ou de colocar as malditas das tão importantes pontuações! Para... Simplesmente para de tentar me entender, pois nem eu mesma me entendo e se você me perguntar vou ficar ainda mais confusa. Eu não escrevo para que me entendam, sabe. Escrevo porque meus dedos pediram, porque me veio o ímpeto, porque estou afim, meus dedos minhas regras, e coisas assim. Não vem com essa de estética disso, estética daquilo, se eu quiser escrever um texto só com exclamações não vai querer dizer que eu estou exclamando, vai apenas querer dizer que estou afim de botar exclamações!!!!!!!!! Deixa eu escrever o que der na telha, até eu cansar, até eu achar que já me perdi, mesmo que eu nunca tenha me encontrado, mesmo que eu nunca tenha querido chegar a lugar nenhum. Parabéns pra você que leu um texto cheio de nada sem tentar procurar sentido, porque às vezes o nada é somente o nada e é somente o que eu sinto. Agora vou parar, não porque já conclui uma ideia, pois nunca houve ideia nenhuma a concluir. Só vou parar porque meus dedos estão saciados de digitar, porque estou afim e acho que é só isso mesmo e tchau e benção, e fim.

Ingrid Flores
Enviado por Ingrid Flores em 23/11/2015
Código do texto: T5458833
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