O GRAU ZERO DA INFORMAÇÃO
Seja no espaço fractal ou no espaço histórico, a boa consciência descobre agora seu vazio de ser. Não há mais uma realidade, algo tangível na cultura humana digitalizada. Somos desafiados a lidar com o jorro infindável de signos e significados. Somos intimidados positivamente a evitar o juízo fácil, as certezas previsíveis, e qualquer pretensão ao inteligível.
O mundo deixou de ser transparente. A verdade é a maior de todas as ilusões em suas infinitas possibilidades de dizer o real. Já não há mais o real. Apenas a apoteose da informação. Lembrando Baudrillard:
“ Infelizmente o que se passa no mundo está hoje globalizado, e o princípio da globalização vai de encontro ao princípio universal da solidariedade. Isso porque a informação se esgota nela mesma e absorve seu próprio fim. A única coisa que a televisão diz é: eu sou uma imagem. Tudo é imagem. A internet e o computador também não dizem outra coisa: eu sou informação. Tudo é informação. É o signo que faz signo, os mídias que fazem sua própria publicidade. Mensagem indiferente.: grau zero, forma pura da informação.”
Jean Baudrillard. O Paradoxista Indiferente. Entrevistas com Phillip Petit. RJ:Puzuli. 1999. P.90