Porque nunca estamos preparados para as intempéries da vida?

Porque nunca estamos preparados para as intempéries da vida?

Jaci Nascimento – 16/11/2015

Como professora, estudante e mesmo na época de criança jamais ouvi em lugar algum alguém nos falar sobre a velhice ou a morte. As crianças teriam de estar sempre inocentes, pois ouviam e sabiam que papai ou mamãe foi para o céu. Pelo menos em nossa época, hoje tenho 73 anos, os jornais escondiam muitas coisas, certas calamidades como corrupções eram postas embaixo do tapete, policia Federal, quase ninguém sabia da existência. Morria-se um mendigo isto não era noticiado, hoje na era da informática, tecnologias modernas sabemos de tudo que acontece no mundo referente a coisas possíveis e coisas que pensávamos que nunca iria acontecer. Isto chamou de Progresso.

Ouvimos os telejornais, as lagrimas do povo chorando e lamentando as perdas de vida e parentes amigos, as angustias e mortes de todas as etiologias, é ai que descobrimos que sabíamos que um dia isto iria acontecer, mas fomos pegos de surpresa, não nos preparamos para tal, pensamos que iríamos viver eternamente, tudo poderia acontecer com os outros, comigo não.

Ainda hoje apesar da informatização, tecnologia avançada ainda se desconhece uma maneira de lhe dar com esta coisa. Você sabe que vai morrer, mas não tem idéia de quando, pode ser hoje, amanhã ou daqui a cem anos, se cuida, ora, vive uma vida honesta, cheia de virtude, faz orações para si e o próximo, pede uma boa morte, isto já faz uma diferença, pois segundo nosso mestre Jesus Cristo “sem caridade não há salvação”, a caridade é o centro de tudo etc. outros nem isto fazem, pois esquecem que a morte existe que as intempéries estão à espreita..

Não podemos culpar nossos pais pelo nosso despreparo, pois eles também não foram preparados, as escolas mesmo antes que havia aulas de religião não nos preparava para a velhice e a morte, quanto mais agora em pleno século XXI onde o ensino religioso é escasso nas escolas principalmente do governo. Apesar da mídia está esbanjando violências de todas as espécies nos lares através da televisão, esbanjando terrorismo, deixando de alguma forma em aberto as conseqüências, ou as vantagens. Tudo é entregue as mentes doentias de bandeja. Como fazer ou como foi feito, querem adrenalina está ai..

A velhice deve ser estudada em todos os níveis escolares, ela é o caminho de todos nós, o respeito, a valorização dos idosos deve ser comentada e praticada desde o nascimento de nossos filhos, a experiência de vida deles independente de grau de parentesco ou instrucional tem muito a nos ensinar, até mesmo quando estão paradinhos lá no canto, ou esquecidos num asilo.

Lendo um folhetinho, me surpreendi com esta historinha que segundo quem reescreveu é muito antiga. A história fala de um rei, que, de acordo com a tradição da época, o rei tinha seu bobo da corte que possuía o direito de dizer a verdade aos reis e príncipes, mesmo que fosse amarga. “Se ela era amarga demais se dizia:” Ele é apenas um bobo!”

Um dia o rei deu ao bobo um cetro prateado com sininhos dourados na ponta e disse: “com certeza você é o maior bobo que existe. Se um dia você encontrar um que seja mais bobo que você, então lhe dê este cetro”.

Passaram-se os anos e um dia o bobo recebeu a noticia que o rei estava muito doente e foi visitá-lo. Ele estava para morrer. O bobo disse: “Meu rei, ouvi dizer que pretendes fazer uma grande viagem!”

“Respondeu o rei: Não pretendo, mas preciso”.

“OH, você precisa? Então há um poder que está acima dos grandes da terra. Bem, mas com certeza você voltará logo?” “Não, gemeu o rei, “não se volta da terra para a qual eu vou.”

O bobo tentou consolá-lo: “Com certeza você preparou esta viagem há muito tempo. Imagino que você tenha tomado todas as providências para ser regiamente recebido nesta terra de onde ninguém volta”.

O rei abanou a cabeça: Eu me esqueci disto. “Nunca tive tempo de preparar a viagem”.

“Então com certeza você não sabia que teria de fazer esta viagem.” “Saber, eu sabia. Mas, como já disse, não houve tempo para me ocupar com uma boa preparação.”

“Então o bobo colocou lentamente o cetro sobre a cama do rei e disse”: Você me ordenou que desse este cetro aquele que fosse mais tolo que eu. Rei tome o cetro! Você sabia que teria que entrar na eternidade e que de lá não se volta. E mesmo assim não se preocupou em fazer com que as moradas eternas lhe estivessem abertas. Rei você é o maior tolo!”.

Assim chegamos à conclusão que devemos nos preparar para a vida como também para a morte, porque nunca sabemos quando ela virá nos buscar. Diz que lá encima antes de nascermos assinamos um livro o qual tem como titulo “Livro da vida”, nele está escrito todo o nosso comportamento, todos os nossos feitos, porque não estamos aqui atoa, viemos a serviço de Deus, Ele Deus nos serve, e nós o retribuímos servindo-O. Digo sempre que a vida é como diz Falabella, um toma lá da cá.

É bom pensar o que poderá vir após a morte, não penso nem em céu nem inferno, mas sabemos e temos consciência de um mundo espiritual, lutamos para ter tudo na vida material e esquecemos-nos de cuidar do nosso espírito que é o nosso maior legado. Cuidar de nossa vida espiritual que é a verdadeira vida não necessita de dinheiro, apenas de fé, muito amor ao próximo e a si mesmo, pois quando nos amamos somos incapazes de ferir alguém. A pessoa que se ama não magoa, ver em seus irmãos carnais e espirituais a si mesmos, são incapazes de proferir palavras vãs.

Se conseguirmos cumprir ao menos aquele primeiro mandamento, “Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo. Lembrando que se você não ama a si mesmo jamais amará a seu próximo, quanto mais a Deus nosso criador.