Senhor, senhora ou, sou, tudo e nada.
As órbitas das palavras me vem desfalecidas.
Ressuscito-me
Dou vida ao meu sexo aprisionado nas leis físicas
Invento meu mar desconhecido e navego sem rumo
Sou deus, sou homem, sou mulher e mortal
Penso e faço
Desdobro as margens dos mapas e faço colagens
Quero ser infinito, sou!
Oro e tomo para mim indefinidos protagonistas
Vasculho todas as casas de todos os seres do mundo
E o que me choca, passa a ter razão
Transboda de mim o que não me cabe
Transformo-me num querubim corrompido
Mas é só passageiro, como tudo
Sou um objeto que sente
Atarefado e, talvez, sólido