Escritor - persona non grata!

O escritor que não se torna uma persona non grata, não cumpre o seu papel! Responde ao jogo de interesses e conversa com discursos recopilados e viciados de conceitos estabelecidos.

Fala o que querem ouvir, é entendido facilmente (discursos superficiais) e repetido como bordão. Sua palavra passa a referenciar o que já virou rascunho, logo, torna-se autoridade em textos com sentidos canônicos.

Todo escritor deve ser apontado como malfeitor e corruptor da ordem! Aquele que não receber condenações, não contribui para o desincrustar dos discursos. Sua palavra tornar-se-á empregada de convenções e da autoridade da verdade.

o autor deve ser um corrupto e distorcer a ficcionalidade da realidade a partir de sua escritura, desconstruindo estruturas enraizadas e promover , através da palavra, a revolução. Deve ser um falsário, romper com a verdade, estabelecer a incerteza e erguer o provisório no alicerce erguido outrora.

O escritor é um farsante, e deve escrever para o desequilíbrio!

Mario Paternostro