Sob as Luzes de Brinquedo...
Sob as luzes de brinquedo que iluminam nossas favelas, em nossas janelas, velam, aos prantos , como nas novelas, enquanto num canto iluminado tão somente a luz de velas, eu canto, e encontro palavras pro meu conto. São tantos - E quantos?! - os que se vão. Pés fortes sobre o solo; Cortes; Na mão somente o pão, dormido, roído; Nas costas colchão. Nenhum amigo - Solidão! - somente o seu violão, desafinado, velho, quase quebrado. A coragem que lhe torna forte, pra sua falta de sorte, é o que lhe causará sua morte. Caixão. Velas. Velam aos prantos em nossas favelas, sob as luzes de brinquedo, que vejo pela minha janela.