• FRAGMENTOS DO CORAÇÃO: LEGADO

Certa vez, alguém me perguntou do que mais sentia falta quando deixamos de ser nós dois, não pude responder na hora, talvez por nunca haver pensado a respeito. Por nunca haver questionado a mim do que mais sentia falta em ser nós.

Mas foi bom, porque descobri que sentia falta do bom dia, da sutileza da presença, do abraço distante, mas que parecia apertar meu coração junto do coração dela formando um laço. Sentia falta do que havíamos conquistado, ainda que nunca tenha imaginado que descobriria que mais do que valor, o que havíamos conquistado possuía um significado. Fiquei a pensar nesse significado, e descobri que sentia falta de imaginar o sorriso, o brilho nos olhos, e aquela vontade de conhecer o universo todo através do olhar dela. Sentia falta de estar perto, de ser próximo do coração dela, ainda que estivesse a milhares de quilômetros. Sentia falta dos sonhos e dos planos, do que foi imaginado e sonhado e não pudemos realizar, não aquelas grandes coisas que sempre imaginamos quando estamos relacionando com alguém, mas aqueles pequenos detalhes aos quais poderia valorizado mais, e que hoje, sinto falta. Imagine, como é acordar de manhã, e sentir como houvesse dormido com aquela pessoa encaixado em seu abraço e junto de seu coração, era assim que sentia quando estávamos juntos, e hoje, essa sensação é apenas uma lembrança boa, que espero nunca mais esquecer, que quero nunca mais deixar de lembrar com um sorriso nos lábios.

Descobri que a única coisa do qual realmente sinto falta, é dela. Porque com ela, tudo foi mais fácil, e ainda que fossemos muito parecidos, a melhor parte dela, me tornava melhor todo dia. Aquele lado mais bonito dela, me encantava e fascinava, me fazia querer ser mais bonito para ela também. Sei que hoje, com certeza, não iremos encontrar mais, não haverá mais planos e sonhos, não existirá nós, mas posso dizer de coração, que o laço que formou entre nós, que tivemos intenção de formar, e que foi desfeito, deixou uma marca bonita dela, de mim, de nós.

De que nada é impossível, de que podemos encontrar alguém sim para amar, e para sermos amados, mas que não há para sempre, e que final feliz, não aquele das fábulas, não é sempre convencional, e pode encontrar uma outra definição, porque acredito que hoje, ao sorrir, e lembrar de nós, dela, do que fui com ela, e do que sou sem ela, descubro que felicidade é um instante, aquele que permanece intacto na memória, que escrevemos em nossa biografia pessoal, e que ainda que ainda que o tempo sirva para transformar em passado, nunca de ser tão presente, na saudade que fica, na lembrança que permanece, em tudo aquilo que ainda faz, e provoca em nosso coração e lábios um sorriso, e no olhar aquele brilho de que valeu a pena ter vivido cada momento.

• Damien Lockheart

DAMIEN LOCKHEART
Enviado por DAMIEN LOCKHEART em 09/11/2015
Reeditado em 08/02/2016
Código do texto: T5443056
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