O AMOR NO ESPELHO

As vezes estamos tão acostumados

Com uma pessoa e não lhe demos o devido valor...

E quando a perdemos em vida!

É como se sentíssemos o que não se pode jamais exprimir...

Que nós é quem mais sentimos nosso inexistir

Nossa própria falta que ela levou consigo

Para dentro de um espelho D'água...

E que está com ela envolvida e tomada pela neblina da falta embasada

Na rasa ilusão e ao mesmo tempo profunda reflexão do espelho

É como se não a pudéssemos tocar com as mãos

Apenas sentir sua presença rasuradamente emoldurada

É como se ela estivesse presa pelo lado de dentro

Da refletida imagem me olhando plasmada...

De início não sabemos ao certo diante desta linha tênue

Se estamos chegando na beira de um lago

Para o tocar docilmente com as mãos

Ou caindo num precipício

A sensação intimamente sentida...

É como se estivéssemos presos

Mesmo estando fora da cela com a alma espremida...

E ao quebrarmos o espelho só restam os cacos espalhados nesta dança

Que jamais como um quebra-cabeças de um labirinto

Poderemos libertar o animal que ficou preso no homem

Pelo elo instintivo de sobrevivência que fugiu

Pelo casulo da lembrança.

Jasper Carvalho
Enviado por Jasper Carvalho em 09/11/2015
Código do texto: T5442577
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