O AMOR NO ESPELHO
As vezes estamos tão acostumados
Com uma pessoa e não lhe demos o devido valor...
E quando a perdemos em vida!
É como se sentíssemos o que não se pode jamais exprimir...
Que nós é quem mais sentimos nosso inexistir
Nossa própria falta que ela levou consigo
Para dentro de um espelho D'água...
E que está com ela envolvida e tomada pela neblina da falta embasada
Na rasa ilusão e ao mesmo tempo profunda reflexão do espelho
É como se não a pudéssemos tocar com as mãos
Apenas sentir sua presença rasuradamente emoldurada
É como se ela estivesse presa pelo lado de dentro
Da refletida imagem me olhando plasmada...
De início não sabemos ao certo diante desta linha tênue
Se estamos chegando na beira de um lago
Para o tocar docilmente com as mãos
Ou caindo num precipício
A sensação intimamente sentida...
É como se estivéssemos presos
Mesmo estando fora da cela com a alma espremida...
E ao quebrarmos o espelho só restam os cacos espalhados nesta dança
Que jamais como um quebra-cabeças de um labirinto
Poderemos libertar o animal que ficou preso no homem
Pelo elo instintivo de sobrevivência que fugiu
Pelo casulo da lembrança.