As estações que eu escrevo
Toda forma de pensamento é uma escrita. Tem dias que transforma-se em poesia - o coração saltita enquanto a mão desliza sob a caneta enferrujada. Há os dias em que preferes esconder o sentimento e cantarolar em uma prosa poética. Ou descrever a alma em um simples bloco de notas.
Mas que sentido tens se não transpassar pensamentos à folha de papel que logo transforma-se em folha de outono que se despedaçou na ventania dentro de ti. Deixe, ao menos, a folha seca despedaçar-se lá fora. Se ninguém souberes do que pensaste ou sequer não se importarem, deixe de engano ao achar que o vento vai te retornar a mesma folha de outono.
O que importa é o que está aí dentro de ti... Não irás conseguir agradar as quatro estações. Mas tua caneta cairá sob a neve e mesmo assim, não irá congelar a tua mão. Tuas palavras brotaram flores que cantaram fora da estufa de uma colorida estação. Teu então verão te iluminarás para que escreva uma próxima coleção de estações - dentro de ti.