SOLITÁRIO HOMEM

É um homem só, indeciso

Nos atalhos das serras

Devorador de mil caminhos

Olha para o seu presente

Mas não pode mudar o seu destino

Nos lugares solitários, entre as estrelas

Esquece o passado, ignora o futuro

Talvez os seus próprios objetivos

Independentemente das sementes

Que planto e deixo pelo caminho

Assediado pelo aborrecimento

Nas rotinas da sua talvez longa vida

Reza o seu velho terço, pendurado à cintura

Está cansado de tantos desenganos

Já sem paciência para a sua família

Caminha tantas vezes por zonas

Do seu próprio desconforto.

Onde é devorador das estradas de pedras

Fragas onde se perde nas sombras das colinas

Dos lameiros, das serras, dos montes

De olhar triste, anda em silêncio

Cansado da vida, tenta perder-se

Por terras que não aparecem no mapa

Homem solitário, onde a sua única

Companhia é um cajado já gasto pelo tempo.

Onde este solitário homem nunca esquece as suas orações.

Isabel Morais Ribeiro Fonseca

Isabel Fonseca
Enviado por Isabel Fonseca em 03/11/2015
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