Sobre a construção do EU.
Parei um pouco para deixar algo de mim e levar tudo que puder dessa paisagem que se apresenta agora diante dos meus olhos. Posso te dizer o que vejo, mas não verás o mesmo que eu. Eu carrego todas as coisas que tentei ser para as expectativas, por vezes tão banais que fizeram de mim. Não me perdi por completo e tento contabilizar agora a quantidade de mim que não é afetada pelos vários "nós" que foram derramando em mim ao longo desses vinte e poucos anos. Eu sou um "nós" hoje muito leve, que sabe partir levando o que me for dado e deixando o que me for negado, não sem lamentar por não conseguir desfazer certas amarras das pessoas que me cercam, queria mostrar-lhes que os nós começam sempre frouxos e nem sempre somos os responsáveis por apertá-los, mas somos SEMPRE os únicos que podem desfazê-los.