NÃO UM POMBO... MAS, UM PÁSSARO. CARTA PARA MEU AMOR...

Hoje, estando eu um pouco mais envelhecida, releio as cartas mentais que escrevi... Tão cheias de sentimentos verdadeiros... Haviam alguns medos também, é claro, eles sempre batem a nossa porta quando percebem que o que sentimos é amor. Mas tudo bem, não os deixo ficar. Hoje relendo essas cartas, vejo que são todas tão coerentes... Tão repletas de amor. Algumas cartas, isto é fato, nunca te enviei. Não as rasguei, mas também, não selei. Tem carta que foi abandonada pelo caminho, tinha perfume demais, doce demais ... Tive receios de voce enjoar. Todas as cartas foram feitas de entrega. Coloquei tanto amor, tanto eu dentro delas, que por vezes pensava com medo: será que sobrou EU em mim? Aí vinha a tua parte, me repor, me restaurar, me refazer. E você sempre renovou o meu estoque de amor.

É, essa madrugada parei pra reler as nossas cartas, essas que te escrevi e te enviei, as que não te enviei também... E por fim, escrevi mais uma carta de amor. Talvez nem chegue ao papel, a tela de um computador ou do celular. É, talvez nem saia do meu pensar, do meu olhar, mas tudo bem, se for o caso, ficará amarelando na parede de minha memória outra vez, porque eu sei ... Essa será mais uma carta coerente, florida, doce, manhosa... De amor.

Não entrei em tua vida pela porta dos fundos, nem pra me abrigar de um tsunami, nem pra me esconder da devastação de um furacão. Não vim pra me abrigar de nenhum temporal. Entrei pela porta da frente, com tua permissão e convite pra sentar e ficar. Vim pra ficar. Se pra sempre? Não sei, não sou feita de tempo. Mas pela imensidão de sentimento que trago dentro de mim por ti, pra ti, acredito que o pra sempre é muito pouco. Mas, deixe o relógio pra lá, é coisa criada pelo homem para nos limitar. O que sinto por ti, é obra de Deus e não quebra, não morre, não dá defeito. O que tenho pra ti, o que sinto por ti é amor. Sem data de validade, sem mentiras, sem pressa, sem medo, sem desconfianças... Só amor.

(E Enquanto isso no Castelo de Nárnia.... A moça sentou com a Razão, a Alma e o Coração, para um chá de conversa)