Caracóis
Quando eu era jovem, na minha adolescência, nos idos da bela e inesquecível e eterna Jovem Guarda, gostava de “Debaixo dos Caracóis dos Teus Cabelos”, do Roberto Carlos. Na realidade, era apaixonada por essa música (e ainda sou).... porque os caracóis dos cabelos me lembravam os anjos barrocos, os anjos do céu... jamais concebi um anjo sem uma vasta cabeleira cheia de caracóis...e eu sempre fui uma apaixonada por anjos. Daqueles santinhos antigos, aqueles anjos lindos, vestidos de azul, com duas asas brancas, luminosas, enormes, que iam atrás do casalzinho de irmãos que atravessavam a ponte... lá ia Ele, o Anjo, representante da Divindade, guiando o humano....os cabelos cheios de caracóis, como as crianças...
O caracol é como um fio de luz, um condão de aurora , o amor envolto em si mesmo, um raio de sol enroscado na rosa, alimentando-se do orvalho para renascer e novamente, num eterno ciclo, ser como um anel eterno no dedo dos anjos. Lindos, sempre, os caracóis dos cabelos, da natureza...e a música do Roberto, “uma história pra contar, de um mundo tão distante”.... Eternos.
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Obs. a quem me lê:
Não sou da "prosa" e sim do verso, por isso, perdoem-me o atrevimento -- mas de vez em quando gosto de colocar no papel os pensamentos que me surgem, quando algo, durante o dia, toca a minha sensibilidade. A música "Debaixo dos caracóis dos seus cabelos", cuja letra sempre amei e considero pura poesia, lembra-me um tempo amado de minha existência, que preservo no coração com todo o meu amor).