Enfrentar os problemas
30 - 47 - 53 - 38 - 20 - 36
Esses números mudaram a vida de quatro pessoas, que levaram o prêmio de R$ 224 milhões da loteria (56 a cada) na virada do ano 2013 para 2014. Certamente essas quatro pessoas passarão o ano sem problemas de entrada de recursos, mas com muitos novos a resolver. Doces situações, claro, como decidir em que investir, para onde viajar, o que comprar, quem ajudar, mas também situações preocupantes, nada agradáveis, como proteger-se de roubos, sequestros, falsos amigos, abordagem de parentes gananciosos, e por aí afora.
Os exemplos negativos acima servem para demonstrar que até os muito ricos podem se deparar com situações estressantes, dependendo do ângulo pelo qual se analise suas vidas. O mesmo se aplica a mim e a você, que não ganhamos esse dinheiro todo de uma só vez. Os problemas requerem maior ou menor atenção, mas não devem minar nossas energias a ponto de impedir que nos dediquemos à solução.
Às vezes travamos diante de um problema. Evitamos falar nele e até tentamos agir como se não existisse. Mas existe e dificilmente será resolvido com a negação. Temos que enfrentá-lo com a lucidez de que a solução somente será alcançada com trabalho e dedicação a esse problema. Mesmo que essa solução não seja a esperada, é importante que a decisão decorra de uma análise profunda e séria.
É como no exemplo de um projeto que, depois de certo investimento de tempo e dinheiro, concluímos que a melhor solução é interromper.
Ninguém gosta de deixar uma obra inacabada, mas às vezes a decisão de continuar é pura teimosia, para não dizer burrice. Claro que há exemplos de vitória da persistência e abnegação que mostram que todos estavam errados, mas aqui tratamos da saúde mental, de não permitir que um único problema drene toda nossa energia. Nem por isso deixamos de louvar os obstinados, desde que a decisão seja fruto de profunda reflexão, ainda que a visão de sucesso seja exclusiva e contrarie o senso comum, mas que não se confunda com teimosia irrefletida, própria dos tolos.
Mas a regra geral é evitar fugir dos problemas e trabalhar para a solução mais racional. Um grande amigo meu costuma dizer que um final terrível é melhor que um terror sem fim. Concordo. Por pior que possa ser a solução, ela nos liberta da continuidade, da culpa, do medo. Permite que possamos seguir nossas novas vidas.