Será?
Com meu caderno velho e minha caneta de ponta fina me sento neste mesmo banco da praça todos os dias, as vezes venho mais cedo ou mais tarde, eu gosto daqui! Gosto de sentir o vento bagunçando meu cabelo, ver casais trocando sorrisos entre beijos apaixonados, já vi meninas chorando escondidas e senhoras passeando com seus cachorrinhos.
O verde das árvores dá uma paz gostosa de sentir, não há gritos ou buzinas, somente o canto incessante dos pássaros. Agora mesmo estava pensando, será que alguém pensa em mim agora? Será que sou o motivo de alguém perder o sono? Gosto de escrever pois passo em palavras o que sinto, acho angustiante não poder deixar escapar aquilo que sentimos. E mais uma vez me pego pensando se alguém me observa de longe neste momento, imaginando um meio se falar comigo, de perguntar meu nome é se pode sentar naquele banco comigo, embora todos os outros estivessem vazios.
Será que existe alguém que daria tudo para me ouvir tagarelar sobre meu dia? Dizer que meu sorriso é lindo e que adora minhas bochechas coradas quando estou com vergonha, pegar uma mecha do meu cabelo é colocar atrás da minha orelha, erguer meu queixo com os dedos e me deixar ver sua alma através dos seus olhos.
Os ventos já ameaçam virar a folha deste meu caderno impedindo que minha caligrafia fique boa, está na hora de ir embora para casa, mas amanhã estou de volta para sentir a paz deste meu cantinho preferido.