Trilhas da Consciência – T02 - Atemporal
Por quanto tempo ainda ficaremos suspensos no ar,
tentando sustentar o que nunca tivemos,
esperando o sol surgir entre nuvens de pensamentos,
como se isso fosse nos salvar;
Por quanto tempo conseguiremos ficar pendurados,
até que nossos sonhos adoeçam,
esperando os sussurros do vento aos nossos ouvidos,
rodando entre estrelas quase surdas;
Meus pensamentos voam e não conseguem aterrissar,
de cima é tão fácil ver como tudo está incerto,
perfeitamente arrumado para o meu deserto,
um campo aberto na mente, na mente;
Por quanto tempo ainda conseguiremos esconder,
medos e segredos de nós mesmos,
quem cortará esse cordão de ligação,
do inconsciente ao coração;
Por quanto tempo ainda vamos ficar olhando as estrelas brotarem,
flores que nunca chegam até nós,
portas abertas e fechadas, daqui tudo parece tão fácil,
muito mais do que pode ser;
Meus pensamentos voam e não conseguem aterrissar,
de cima é tão fácil ver como tudo está incerto,
perfeitamente arrumado para o meu deserto,
um campo aberto na mente;
Se eu conseguisse ao menos me jogar desse céu de jogos,
projeção do físico ao irreal,
me desprender deste cordão prateado,
mas algo sempre me puxa de volta e volta, volta e de volta, volta,
Por quanto tempo ainda ficaremos suspensos no ar,
brincando pendurados com o tempo,
um jogo suave entre nuvens de pensamentos,
como se isso fosse à algum lugar nos levar;
Meus pensamentos voam e não conseguem aterrissar,
de cima é tão fácil ver como tudo está incerto,
perfeitamente arrumado para o meu deserto,
um campo aberto na mente;
Meus pensamentos voam e não conseguem aterrissar,
de cima é tão fácil ver como tudo está imperfeito,
certamente arrumado como efeito,
um caminho aberto na mente, no tempo,
um caminho aberto na mente, no tempo,
me puxando, eu volto, eu volto,
mesmo sabendo,
atemporal,
revolto.