O último dia da minha vida
Louca e apaixonadamente conectada
Levei a vida, imaginando que para mantê-la
Bastava-lhe oferecer todos os meus risos
E fazer com que ela pensasse o quão feliz era vê-la em mim,
Ainda que desviasse da vida os meus olhares,
Sentia que retrucava buscando-me, até onde eu não estava
E esta conexão me manteve longos anos perto dela
E ela perto de mim,
Quando era criança,
Via a vida como criança, na lua "São Jorge no cavalo"
Na terra "os pingos da chuva eram homenzinhos pulando no chão",
Apesar de um tanto de coisas
Que foge a fase de uma infância
Fui criança,
Acreditava em "papai noel", "lobo mal", "mula sem cabeça"
E pensava que ao fazer pirraça, "o homem do saco me pegaria",
Se mentisse "meu nariz cresceria", porque o nariz do Pinóquio cresceu
Porque mentiu,
Era assim, tudo tão infante!
Me lembro que era louca para fazer bolas quando chupava chicletes
E toda minha infância percorreu de uma forma normal
É claro que alguns acontecimentos, me faziam crescer em certos momentos,
Então, vinham os juramentos à minha mãe
De que quando crescesse lhe daria uma casa
Compraria-lhe um carro,
Seria rica,
E compraria-lhe todos os presentes que sonhasse ter,
Muitas vezes, cresci em minha infância
E quando voltava a ela, minha vida estava me esperando,
Como o noivo que espera a noiva,
Atrasada, ela chegava...
E assim foi!
Anos e anos da minha infância,
Passei pensando como seria quando crescesse
O que seria quando crescesse,
Olhava a vida diante de meus olhos,
Matando vagarosamente minha infância
Que se esvaia de mim, sem que eu pudesse alcança-la
Acho que o último dia da minha vida
Será marcado, pela menina que brincou de esconder
Quando a vida a encontrava...
na verdade eu e a vida nos conectava