Óh corpo, meu paradoxo!
Como cavalos alados, os nervos pulsam, pulam, sobem aos azuis infernais do meu orbe desprotegido, empobrecido e empoeirado de sobriedade.
Pisoteiam minha paz marginal, arrebentam minhas pupilas, rompem minha razão, comem minhas sinapses e salivam seu cortisol cortante e doentio em meus tecidos.
Então abro os olhos já cegos em estilhaços de veneno vermelho pegajoso. Miro o espelho e me deparo com uma imagem entorpecida por uma estranha serenidade abstrata, e que abruptamente some, deixando de refletir, assim que ouve o chamado: "Mãe, qué tetê".